sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vida de michê: documentário aborda a prostituição em Florianópolis

Trabalho revela detalhes sobre a atividade nas ruas do Centro da cidade

A prostituição masculina cada vez mais freqüente nos grandes centros não passa despercebida em Florianópolis onde muitos homens praticam esse tipo de atividade. A acadêmica Louise Vieira do Curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina produziu um documentário em rádio que tem como o título “Vida de Michê – A prostituição em Florianópolis”. Louise revela o estilo de vida dos garotos de programa e apresenta opiniões de um conjunto de estudiosos sobre o tema. O termo michê significa o ato de se prostituir e é em geral utilizado para denominar os jovens que atuam nas ruas.

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) aborda a realidade destes profissionais do sexo. O documentário coloca em questão a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, o uso de drogas, a violência, a discriminação, além da sexualidade dos michês que se relacionam com outros homens: heterossexuais ou homossexuais?

Também trata dos motivos que os levam a essa condição, que podem ser enumerados, por exemplo, como: falta de instrução e condições dignas de sobrevivência, ou carências afetivas e traumas psicológicos. Porém alguns estão na profissão não só pelo apelo financeiro, mas pelo aspecto prazeroso.

A prostituição, desaprovada pela sociedade, é alvo de grande descriminação. A maioria dos jovens entrevistados sofre preconceito da família, amigos e até mesmo dos próprios parceiros, sentindo vergonha quando descobertos como garotos de programa. Alguns admitem fazer sexo com homens apenas pelo profissionalismo e não se consideram homossexuais.

Os garotos entrevistados mostraram não ter uma perspectiva de vida, pois apesar de alguns possuírem formação profissional, é na prostituição que garantem seu sustento.

As entrevistas foram realizadas nas ruas da Capital, nos meses de setembro e outubro após a meia noite, pois é esse o horário que inicia a atividade dos michês. Muitos se negaram a falar e desconfiavam que fosse registrado algum tipo de imagem. Por isso, houve muita perseverança da acadêmica Louise para conseguir concluir o trabalho.

Todos os nomes são fictícios, já que eles não usam os seus próprios nomes para exercerem essa atividade de comércio sexual.

Conforme Louise Vieira “foi uma experiência gratificante e ao mesmo tempo desafiadora, pois em primeiro plano foi preciso ganhar a confiança dos garotos, mostrando a importância e seriedade do documentário para levar informações da forma mais fidedigna possível à sociedade sobre o mundo da prostituição masculina”.

Confira abaixo o programa de rádio "Vida de Michê – A prostituição em Florianópolis"

Um dos radialistas mais antigos de Santa Catarina ganha documentário

Souza Miranda

A vida e a obra de Osvaldo Souza Miranda, um dos mais antigos radialistas em Santa Catarina ainda em atividade. Este é o tema do Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo dos acadêmicos Alexandre Rosa e Fabiano Peres, ligados à a Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, em São José, na Grande Florianópolis.
Alexandre é radialista há 10 anos, e hoje trabalha na Rádio Cultura AM. Fabiano é diagramador, no jornal Diário Catarinense, e ambos sempre nutriram uma paixão especial pelo rádio como meio de comunicação de massa.

Depois de várias ideias e projetos, os estudantes decidiram homenagear Souza Miranda, que há 66 anos empresta de forma ininterrupta seu profissionalismo, sua simpatia e sua voz grave à apresentação de programas nas rádios catarinenses. Atualmente, ele atua na Rádio Mais Alegria AM.

Sobre o Souza Miranda

Ele pode ser considerado daquelas pessoas que nascem com talento para determinada atividade. Osvaldo de Souza Miranda nasceu para ser locutor de Rádio. Menino, ainda, exibia uma voz forte, bem modulada e diferente de seus amigos de infância.

Miranda aos 16 anos de idade começou sua carreira de radialista na cidade de Paranaguá (PR), onde enfrentou pela primeira vez o microfone da Rádio Difusora, a terceira emissora criada no estado, em 1944.
Foi um dos mais festejados locutores de sua época, atuando como noticiarista, apresentador de programas, figurando entre os mais conceituados profissionais do microfone.

RDM

O jovem locutor chega à capital catarinense em novembro de 1954, a convite do amigo Francisco Mascarenhas que cuidava da instalação da Rádio Diário da Manhã, hoje CBN Diário. Apesar da amizade e do bom salário que deveria ganhar, Miranda não se entusiasmou com a pacata cidade que além de pequena sofria com a precariedade do fornecimento de energia elétrica e com a timidez de sua vida diária. O choque era muito grande, pois ele deixara atrás a vibração da vida noturna de São Paulo e o charme de trabalhar na Rádio Tupy, então líder das Emissoras Associadas de Assis Chateaubriant.

Mascarenhas, bom argumentador convence Miranda a permanecer até a inauguração da emissora que estava prevista para 31 de janeiro de 1954. Foram dois meses de tédio para o inquieto Souza Miranda que só aliviava o enfado e o vazio dos dias quentes do final da primavera descansando no hotel ou tomando uma cervejinha enquanto acompanhava o crepúsculo do já abatido Miramar. A noite, sempre havia a compensação de uma boa companhia nas boates da cidade.

Inauguração

Finalmente chega o dia da inauguração da Rádio Diário da Manhã. Foi um alvoroço desde as primeiras horas da manhã. A emissora estava no ar em caráter experimental desde os primeiros dias de dezembro e não poupava avisos anunciando a programação inaugural prevista para começar às 20 horas do dia 31 de janeiro de 1955, com a apresentação de um recital de musicas lírica e clássica. Para finalizar, a interpretação do Hino de Santa Catarina por um coral em homenagem ao "doutor" Irineu Bornhausen, governador do Estado e proprietário da emissora.

Às 20 horas, terminada a transmissão da Voz do Brasil, o operador aciona o gongo três vezes, gira a alavanca de liga o microfone do palco-auditório no primeiro andar do prédio número 11 da Praça XV de Novembro e soa nos alto-falantes internos e nos receptores de milhares de ouvintes a voz clara e sonora do primeiro locutor oficial da emissora: “Boa noite senhoras e senhores. A Rádio Diário da Manhã de Florianópolis, transmitindo em ondas médias, na freqüência de 1010 khertz, passa a falar diretamente de seu palco auditório para transmitir a solenidade de inauguração desta emissora. Para anunciar a programação, convidamos o diretor da Rádio Diário da Manhã, Francisco Mascarenhas”.

No dia seguinte, não dava outro assunto nos comentários da cidade: o som maravilhoso da emissora e o locutor perfeito que viera de São Paulo para conquistar a audiência de Florianópolis. Isto, sem falar, nos corações que arrebatava até que chegasse sua hora de se apaixonar por uma Catarina, com quem veio a se casar e a ter os filhos Claudionir Miranda e Soraia Miranda.

Confira abaixo o programa “Nas Ondas do Rádio com Souza Miranda ”:

Musculação é tema de TCC

O aluno de Jornalismo, Ramon Dutra, da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, realizou como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) o documentário em rádio “A Prática da Musculação – Um Retrato Atual da Atividade Física”. O documentário aborda a rotina de quem pratica musculação regularmente e dos professores dessa atividade.
Os exercícios físicos, os resultados positivos para a saúde, a importância de bons pofissionais da educação física nas academias e a rotina de alimentação de seus praticantes também são tópicos aprofundados no TCC. Tudo isso apoiado em opiniões de nutricionistas, fisioterapeutas e profissionais da área de educação física.

A musculação se tornou popular no Brasil em meados da década de 1980, atrelada ao surgimento de um grande número de academias nos principais centros populacionais do país, e do desejo de jovens em obter beleza estética semelhante a que era veiculada pelo cinema, principalmente o norte-americano, e a televisão.

Esse parametro sofreu alteração nas décadas seguintes. Foi a partir da metade dos anos 1990 que, atrelada a estudos de profissionais da área da sáude, que a musculação começou a se popularizar entre o grande público interessado em condicionamento físico. Na primeira década dos anos 2000 as mulheres, visando emagrecimento e ganho de massa magra, e os idosos, interessados na prevenção de doenças ósseas, procuraram em maior número a musculação.

Confira abaixo o programa de rádio “A Prática da Musculação – Um Retrato Atual da Atividade Física”:

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS COM A CIDADE

Pesquisas. Professor e jornalista Ricardo Medeiros:
legado cultural em TCC’s



Entrevista concedida ao jornalista Carlos Damião, do Jornal Notícias do Dia, de Florianópolis: 4 e5/12/10

DIÁLOGOS COM A CIDADE

O jornalista Ricardo Medeiros é um pesquisador e professor incansável na defesa da cultura local e regional. Lecionando na Faculdade Estácio de Sá, curso de Jornalismo, desde 2005, ele e outros colegas têm estimulado os alunos à produção de TCC’s (Trabalhos de Conclusão de Curso) que resgatam importantes personagens e situações relacionadas à comunicação e às atividades culturais. O conjunto de TCC’s, produzido por uma novíssima geração de jornalistas, representa um painel importante para a preservação de nossa memória. Dialogamos com Ricardo Medeiros sobre essa trajetória. Confira:

Notícias do Dia – Como surgiu a ideia de estimular alunos a pesquisas sobre nossa cultura e comunicação?

Ricardo Medeiros – Vivemos num país de história oral. Mas a maioria esquece que somos efêmeros. Precisamos cada vez mais de documentos escritos, relatos em áudio ou em vídeo sobre o comportamento, tradições e cotidiano de nossa gente.

ND – Por que a Estácio dá esse exemplo, privilegiando TCC’s sobre temas locais?

Ricardo – A Coordenação do Curso de Jornalismo e os professores fizeram um pacto: o de valorizar o que está perto da gente.

ND – Quantos TCC’s desse tipo já foram apresentados?

Ricardo – Nos últimos cinco anos, mais de 20 trabalhos.

ND – Esses trabalhos ficam disponíveis para pesquisas? Vão para web?

Ricardo – Pela internet, duas frentes dão apoio na divulgação dos trabalhos: a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) e o site Caros Ouvintes.

ND – Você nota que os alunos se empolgam com os trabalhos? Nesta semana (dia 10) haverá apresentação de um TCC sobre Beto Stodieck. Que outros você destaca como relevantes?

Ricardo – Eu só aceito ser orientador de alunos que se apaixonam pelo tema que será desenvolvido. Em rádio, destaco os trabalhos a respeito da Protegidos da Princesa, Teatro Adolpho Mello, Curió e as trajetórias do jornalista Manoel de Menezes e do radialista Souza Miranda. Em vídeo, vale citar os TCC’s sobre a Nega Tide (co-orientação), Nego Quirido e a Embaixada Copa Lord.

ND – Além de lecionar, você também tem várias obras de referência sobre a comunicação. Quais são essas obras?

Ricardo – Dramas no Rádio: A Radionovela em Florianópolis nas Décadas de 50 e 60; História do Rádio em Santa Catarina; Zininho – Uma canção para Florianópolis; Caros Ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis; CBN Diário: Uma Luz no Apagão; O que é Radioteatro; No Tempo da Sessão das Moças.



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