Em mais um livro resgatando a história contemporânea de Florianópolis, o escritor e jornalista Ricardo Medeiros agora traz à baila as moças recatadas e as moças audaciosas de uma cidade que já não volta mais. Naquele tempo o lazer era a praia, uma voltinha pelo Centro, os bares e os clubes. Outros divertimentos eram o cinema – com a memorável Sessão das Moças – e o rádio. As pessoas curtiam muito as radionovelas da Diário da Manhã, encaradas como coisa de mulher. Sobre esse passado, gostosamente descrito pelo autor, podemos aqui nos deliciar.
Ricardo Medeiros com este livro nos transporta a uma época de Florianópolis que hoje nos parece encantada. É como se embarcássemos na máquina do tempo do dr. Papanatas, das antigas histórias em quadrinhos do Brucutu, para rever a bucólica cidade da década de 60 do século passado. E lá estão as suas praias, os seus cinemas, os seus bares, os seus clubes, as suas casas de meretrício, os jornais, revistas e rádios, as figuras proeminentes e as moças ousadas ou recatadas (mas nem tanto assim). Para a minha geração, no auge da juventude, a cidade era provinciana e atrasada e o que mais almejávamos era a chegada das férias para poder viajar para o Rio ou São Paulo, as efervescentes metrópoles daqueles anos de ouro, com suas múltiplas atrações. Só que vivíamos aqui o melhor dos mundos possíveis e não nos dávamos conta disso. Com No Tempo da Sessão das Moças o leitor que viveu aquele período pode reavivar as suas lembranças e os que não viveram vão se deparar com usos e costumes que não mais existem, mas que são inesquecíveis.
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Adquira o seu ingresso, pois, e peça para aquela moça que você estava flertando no footing para reservar um bom lugar com antecedência na plateia (que certamente estará cheia), pois o que menos se faz numa sessão das moças é assistir aos filmes. Raul Caldas Filho
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